E diz

A mulher tinha luz nos olhos. Ou se não era luz era qualquer coisa parecida. Dançava com as estrelas e fazia amor de madrugada. Contava histórias improváveis de vidas passadas. Tinha sido sereia num mar de encantos. As mãos tocavam por dentro da carne. O sangue inundava-nos de esperança desamparada. Havia uma fuga incerta na doçura dos seus beijos. Uma promessa suave de paraíso perdido. Foi lá que nos conhecemos antes de nos encontrarmos. Os corpos escondem a alma que os dedos desnudam. Lentamente. Na estranha dimensão do encanto. Há um abrigo onde aprendemos a ressuscitar. As palavras não alcançam mas o silêncio sabe. E diz.

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