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Sabes, amor, e se eu te dissesse que as tuas mãos fazem nascer em mim flores, prados inteiros, montanhas e que o cheiro dos dias não é o mesmo sem ti, nem contigo, vertigem, sensação boa e assustadora de princípio e de fim, agora e sempre o medo e o teu calor a derrubar muros, fronteiras, monstros à solta e tudo isto sem pedires nada, e tudo isto com um sorriso, e tudo isto, amor, porque guardo o teu coração numa caixa, nem sei bem porquê, não sei já porquê - como não lembro o sítio da casa onde a guardei. Perdoa-me, amor, mas contigo aprendi a viver o momento e deixei os grandes detalhes, como as arrumações e outro tipo de logística, para as fadas, os duendes ou para o pó. Se um dia quiseres partir, havemos de encontrá-la; afinal, vivemos só num apartamento.