Memória de um Filho da Puta

Gostava mais quando me batias e ainda tinhas coragem para olhar para mim. Olhos fixos, chispas, ódio. Por esses tempos julgo que ainda me sentia viva, apesar de tudo. Se me vias... procurei acreditar que não. Com o tempo também eu deixei de te ver e entreguei a minha alma ao caos, certa de que em breve a morte me libertaria. Esteve calor nesse Verão. Lembro-me de olhar as coisas como se tudo me fosse exterior, espécie de miragem que nem quis compreender. E do frio absurdo que me invadiu e que ainda hoje, por vezes, me visita.
Tenho uma nova casa agora, bem diferente daquela que um dia tivemos. E perdoou-te tudo, excepto a tua memória no meu presente que, embora raramente, teima em me lembrar.

3 comentários:

Happy and Bleeding disse...

há que abrir todas as janelas da dessa nova casa*

Anónimo disse...

Ficam sempre essas memórias, que aparecem quando menos se esperam.

Flor do Oriente disse...

Li todos os textos.. me apaixonei por esse blog..parabéns!
Me chamo Érika, tenho 25 anos, sou de Manaus..tudo de bom!!!