Nas palavras do poeta IV

É por ti que escrevo que não és musa nem deusa
mas a mulher do meu horizonte
na imperfeição e na coincidência do dia-a-dia
Por ti desejo o sossego oval
em que possas identificar-te na limpidez de um centro
em que a felicidade se revele como um jardim branco
onde reconheças a dália da tua identidade azul
É porque amo a cálida formosura do teu torso
a latitude pura da tua fronte
o teu olhar de água iluminada
o teu sorriso solar
é porque sem ti não conheceria o girassol do horizonte
nem a túmida integridade do trigo
que eu procuro as palavras fragrantes de um oásis
para a oferenda do meu sangue inquieto
onde pressinto a vermelha trajectória de um sol
que quer resplandecer em largas planícies
sulcado por um tranquilo rio sumptuoso

António Ramos Rosa

1 comentário:

PROJEÇÃO DE MIM disse...

Sabe Rita, não sei como pode existir uma amor assim, q amadurece e perdura mais forte q o tempo..
Abraços
Oriane